Século XVII – Ocorreu o deslocamento da população do litoral
nordestino em direção ao Sertão e proximidades do Brasil Central por causa da
pecuária extensiva. Esse movimento ajudou na interiorização do povoamento, até
então restrito às regiões litorâneas. A pecuária, a princípio, tinha como
objetivo atender às necessidades dos engenhos de cana. A necessidade de ampliar
as fronteiras motivou a coroa portuguesa a explorar a atividade pecuarista para
essa finalidade.
Século XVIII – mineração: Ocorreu o deslocamento da
população do Nordeste e de São Paulo em direção à Região das Minas Gerais (Mato
Grosso, Goiás e Minas Gerais). A mineração iniciou a modificação da estrutura
de ocupação do Brasil, até então concentrada no Nordeste brasileiro. Nesse
momento, começou a constituição de uma área de repulsão (atual Região Nordeste)
e uma área de atração (atual Região Sudeste).
Século XIX (principalmente na 2ª metade) : Com a atividade
cafeeira: interiorização do estado de São Paulo (mineiros e baianos). Apesar da
predominância das imigrações externas (italianos), ocorreu um grande movimento
interno em direção ao estado de São Paulo. Alguns agricultores paulistas também
migraram em direção ao norte do estado do Paraná.
Final do século XIX e início do século XX - Com o ciclo da
borracha: nordestinos migraram em direção à Amazônia, em sua maioria retirantes
do Sertão nordestino, principalmente do estado do Ceará. Após o declínio da
borracha, muitos se dirigiram para o Sudeste.
Pós-Segunda Guerra Mundial - Houve uma Concentração industrial: nordestinos em direção ao Sudeste e
Sul, com destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse movimento
foi muito intenso, principalmente entre as décadas de 1960 e 1980. Os
nordestinos constituíram a principal mão de obra para a construção civil e para
os setores industriais que empregavam trabalhadores com menor qualificação. A
falta de políticas públicas adequadas nas cidades do Sudeste, assim como por
parte dos governantes nordestinos, que pouco ou nada fizeram para oferecer
melhores condições de vida para a sua população, desencadeou uma série de
problemas estruturais nas áreas urbanas e rurais do Sudeste.
Década de 1960 - Com
a construção de Brasília:
nordestinos migraram em direção ao Brasil Central. Formação da Zona Franca de
Manaus e extrativismo mineral: nordestinos em direção à Amazônia. Projetos de
colonização do Estado: nordestinos e agricultores sulistas em direção à
Amazônia. Os governos militares incentivaram a colonização da região amazônica,
tendo como fundamento a ocupação e proteção dos extremos do país.
Décadas de 1970 e 1980 – Fronteiras agropecuárias:
fazendeiros da região Sul em direção ao Brasil Central. O Centro-Oeste
tornou-se o novo celeiro agrícola do país, destacando-se a pecuária e a
produção de grãos. A especulação agrícola supervalorizou as terras da região,
provocando êxodo rural e pressionando as áreas de Cerrado.
Década de 1990 – Fronteiras agropecuárias: expansão das
fronteiras do Brasil Central em direção à Amazônia. Com o crescimento do
agronegócio, principalmente a soja, as monoculturas avançaram em direção à
Região Norte, alcançando até mesmo o estado do Amapá.
Década de 2000 – Motivações socioeconômicas: migrações de
retorno, principalmente de nordestinos. Apesar de o Sudeste continuar exercendo
atração para a população de outras regiões, a precariedade nas condições de
vida dos centros urbanos e a falta de oportunidades fizeram com que muitos
imigrantes voltassem para os seus estados de origem, procurando evitar que mais
uma geração fosse entregue à marginalidade e aos subempregos. Juntamente a esse fator, pode ser
acrescentado o crescimento econômico alcançado por alguns centros nordestinos.
Além disso, o Censo 2010 apontou para o crescimento das cidades médias como
sendo um dos principais fatores responsáveis pela atração de imigrantes, o que
ajuda a explicar o saldo migratório negativo da Região Metropolitana de São
Paulo. Ainda de acordo com o IBGE, apesar da continuidade dos fluxos
migratórios inter-regionais, o volume das migrações entre as regiões
brasileiras tem diminuído nos últimos anos.